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O eco das sombras!

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O ECO DAS SOMBRAS

À meia-noite em ponto, os quatro amigos — Lucas, Mariana, Ícaro e Renata — cruzaram o portão enferrujado do antigo Cemitério das Almas Esquecidas. A lua cheia banhava os túmulos cobertos de musgo com uma luz pálida, e o vento sussurrava entre as lápides como se contasse segredos esquecidos. “É só um lugar velho”, disse Ícaro, tentando esconder o nervosismo. Renata ria alto, zombando do medo dos outros, enquanto Lucas gravava tudo com o celular, ansioso por conteúdo para o canal de lendas urbanas que haviam criado.

Avançaram em fila, iluminando o caminho com lanternas, até chegarem a um mausoléu parcialmente destruído. As portas de pedra estavam entreabertas, e de dentro saía um cheiro de terra úmida misturado com algo metálico. “Vamos entrar?”, sugeriu Mariana, sempre a mais destemida. Lá dentro, encontraram inscrições antigas nas paredes e um espelho enorme, coberto por um pano escuro. Quando Ícaro puxou o pano, todos se viram refletidos... menos Renata. O silêncio caiu como uma pedra. “Isso é... um defeito?”, ela murmurou, tentando forçar um sorriso. Mas o espelho respondeu com um estalo seco, rachando de cima a baixo.

Assustados, correram para fora do mausoléu. Renata tropeçou e caiu, mas quando os outros voltaram para ajudá-la, ela havia desaparecido. Gritaram seu nome, vasculharam as lápides próximas, mas não encontraram nenhum sinal dela — exceto por uma vela acesa sobre uma sepultura sem nome. Em pânico, Lucas tentou ligar para a polícia, mas o celular só mostrava mensagens embaralhadas e uma data: 20 de maio de 1895. “É o espelho...”, sussurrou Mariana. “Ele não mostra reflexos. Ele leva.”

De volta ao portão, descobriram que ele havia desaparecido. Só havia mais túmulos agora, mais do que antes. E, à frente deles, quatro covas abertas com lápides frescas. Cada uma trazia seus nomes e uma data de morte: aquela mesma noite. Gritaram, correram, choraram. E então, de dentro do espelho, Renata apareceu... segurando uma câmera. “Deu certo, pessoal”, disse, sorrindo. “Agora vocês vão bombar no canal... direto do outro lado.”

A aventura na casa da curva!

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A AVENTURA NA CASA DA CURVA

Era meia-noite quando quatro amigos de 14 anos — Beto, Nina, João e Carla — chegaram em frente à famosa Casa da Curva, um casarão velho e cheio de histórias de fantasmas. Diziam que, muitos anos atrás, um velho morava lá e sumiu misteriosamente. A casa estava toda quebrada, com janelas sem vidro e uma porta que rangia só de olhar. “Vamos entrar logo, antes que eu desista”, disse João, tremendo mais do que vara verde. Carla puxou a lanterna, e os quatro entraram devagar, pisando no chão que rangia como se reclamasse.

Por dentro, tudo estava coberto de poeira e teias de aranha. Um relógio parado marcava exatamente meia-noite. Nina apontou para uma escada que levava ao andar de cima. “Vamos ver lá em cima. Aposto que tem coisa interessante.” Subiram juntos, com cuidado, até ouvirem um barulho vindo do sótão. “Foi o vento, só pode ser”, disse Beto, mesmo sabendo que lá dentro não ventava nada. Quando empurraram a porta do sótão, viram um baú antigo bem no meio do quarto. Todos se entreolharam, nervosos, e João foi o primeiro a abrir.

Lá dentro, em vez de ouro, esqueletos ou qualquer coisa assustadora, havia uma pilha de revistas antigas, um rádio quebrado e uma peruca rosa. Carla pegou a peruca e colocou na cabeça: “Olhem só, o fantasma da moda está entre nós!” Todos caíram na risada, até que o rádio que estava quebrado começou a tocar uma música brega dos anos 80. Foi o suficiente para que os quatro corressem escada abaixo aos berros, esbarrando em tudo pela frente. Na saída, Beto tropeçou e caiu de cara num monte de folhas secas. “A casa está viva!”, gritava ele, enquanto os outros riam sem parar.

Já do lado de fora, ainda ofegantes, perceberam que uma placa velha estava caída perto da entrada. João limpou a sujeira e leu em voz alta: “Museu Interativo: Proibido entrar após às 22h”. A casa nem era mal-assombrada — era um museu abandonado com efeitos sonoros automáticos! Nina olhou para os outros, séria: “Bom... pelo menos não foi um fantasma, né?” Beto respondeu com a cara ainda suja: “Foi pior. Foi vergonha mesmo!” E os quatro caíram na gargalhada.
Desde 1981, ensinando com Qualidade e aprovando de Verdade!
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